domingo, 22 de abril de 2012

-1993: o acidente!


Eu tinha apenas sete anos de idade quando sofri um acidente que mudou tudo. Não me lembro bem, é como saber o enredo de  um filme triste que nem assisti...

Mais ou menos assim...

Fui até a casa de uma amiga acompanhada por ela que era mais velha.... E, na volta, quando atravessávamos para pegar o ônibus não vimos o carro e fomos atropeladas. Ela teve um traumatismo craniano e veio a falecer dias após o ocorrido, eu acordei no hospital e percebi que não movia mais as pernas, mas não tinha a menor ideia da gravidade do que havia acontecido.

Passei três meses hospitalizada e via tristeza nos olhos das pessoas... Mas meu coração sentia tranquilidade, sabia que tudo ficaria bem (e está bem agora)... Pouco antes da alta, perguntei a minha mãe porque minha amiga que me acompanhava no acidente nunca ia me visitar, eu sempre orava por ela, mas não entendia por ela ficava tão ocupada brincando e num ia um pouquinho lá no hospital. Foi quando soube que ela já estava nos braços de DEUS.

Retornei pra casa, me recuperei da fratura na perna, tirei o pino, e não voltei a andar... Me colocaram em uma cadeira e eu fiz muita fisioterapia por muito tempo, mas eu não voltei a andar... 

Os anos passaram, e eu já não aguentava mais essa espera pela cura... Foi quando finalmente recebi a verdade nua e crua, como sempre precisei: "A sua lesão medular é irreversível, atualmente não há intervenção da medicina que possa fazer  você voltar a andar!" Eu já estava com 12 anos de idade, e confesso, isso doeu, doeu muito e me libertou também. Me libertou daquela busca e daquela responsabilidade de lutar incansavelmente pelo "milagre". Finalmente, eu pude decidir seguir minha vida, sem pesos, sem cobranças, sem aquela "expectativa dolorosa"...

Aí eu pude viver... Aí eu pude me apaixonar... Ai eu pude sonhar dentro da minha realidade.

Hoje, eu sei que ainda não há chances pela medicina para que eu volte a andar, mas tenho visto que as coisas estão mudando, há novos tratamentos e acredito que a cura está por vir sim. Só que independente disso eu vou vivendo feliz e em paz.



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