sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Meu hoje!

Sou bem resolvida, não tenho grilos com meu corpo (esteticamente) e nem acho que sou inferior aos demais por fazer uso de cadeira de rodas (aliás, minha M3 vermelha é lindinha). 

Tenho uma vida feliz ao lado do meu marido Marcus Bruno Costa Silva, gosto do meu trabalho na Prefeitura de Iguaba Grande. São muitos os sorrisos diários dados e recebidos das minhas (os) colegas de trabalho - bom demais isso!

O que me mantém perseverante, esperançosa, alegre e me dá coragem é a minha fé em DEUS... Sou a menina dos olhos do Pai!

Poxa, mas acho um desrespeito conosco o preço de tudo que necessitamos! Cadeira de rodas = 4 mil, adaptação veicular não fica menos de 3 mil (temos isenções na compra de um carro zero, mas nem todo mundo pode fazer um investimento desse, e no final das contas uma coisa compensa outra e acabamos gastando o que os demais gastariam ou até mais).

Agora criaram roupas que facilitam a vestimenta de quem tem movimentos limitados que também são carérrimas. Aí tem os medicamentos para bexiga: retemic UD mais ou menos 70 reais, Cranberry (importado), etc, etc, etc... . Tem todo um material de higiene necessário, e cada "xixi" custa  uns  2 reais (é mole, é necessário pagar até pra fazer "xixi")!

Obviamente, como todo mundo, ainda pago luz, água, telefone, internet, combustível, mercado, tenho minhas vaidades e adoraria bancar alguma "futilidade", rs!

Daí o governo não disponibiliza qualquer auxílio financeiro no meu caso. A saúde pública é um caos como todos sabem e a "doação" de medicamentos não é confiável, mês sim, mês não e noutro mês também não,  não, não e não!

Daí resta entrar para o mercado de trabalho (o que também requer esforço de qualquer um) e tentar bancar uma vida com o mínimo de qualidade. Mas, pra isso é preciso sair de casa e encarar  a falta de acessibilidade. Como chegar no trabalho se o ônibus não pára para o cadeirante (isso quando tem adaptação)? E será que o ambiente de trabalho está preparado para receber uma pessoa com deficiência?

E, como apresentamos limitações físicas fica complicado fazer faxina ou roçar mato, logo, precisamos estudar e nos qualificar, porém... Sair de casa todos os dias é um sufoco!

Com o tempo você vai percebendo que é muito importante exigir acessibilidade e brigar (quando for preciso) para estar incluído na sociedade! Mas, também é importante buscar meios de ser independente para facilitar o dia a dia, porque não dá pra esperar que as coisas funcionem como deveriam pra começar a viver! Por exemplo, estou tentando tirar a carta de motorista! Faltam as aulas práticas... (Suando pra consegui-las, já que não temos auto-escolas com veículos adaptados na Região dos Lagos).

Não sou exemplo de coisa alguma, nem passo perto de ser "super herói", mas venho tentando: as vezes dá certo, às vezes dá errado mesmo insistindo muito, mas não gosto de desistir, e vou mudando as estratégias! Um dia chego lá!

A dica é: estudar, passar em um concurso com um bom salário e assim bancar suas necessidades especiais. Eu ainda estou engatinhando, meu salário atual não é o suficiente, mas estou cursando o ensino superior e vai  (têm que) melhorar ! 

Enquanto isso, hihihihi:


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